Não é surpresa que o governo do presidente Jair Bolsonaro tenha atingido seu maior índice de aprovação, como mostra a última pesquisa do Instituto Datafolha.
O governo tem grandes acertos e o presidente Bolsonaro dá sinais de amadurecimento, tanto na forma de se comunicar, quanto no relacionamento com o Congresso Nacional. Só não pode se distanciar do projeto liberal de modernização do Estado e de abertura da economia brasileira.
Apesar da crise imprevisível, causada pelo Coronavirus, os problemas estão sendo enfrentados da melhor forma possível. A ajuda financeira a estados e municípios contribuiu para minimizar as deficiências da área de saúde. O aumento do número de leitos e de UTIs evitou um desastre muito maior no enfrentamento da pandemia.
Ter implantado o auxílio emergencial de R$ 600,00 e de R$ 1.200,00, aprovado pelo Congresso Nacional, foi outro grande acerto de Bolsonaro. Cerca de 30 milhões de famílias de desempregados e trabalhadores informais estão protegidas da fome e da miséria.
Da mesma forma, estão amparados pelo governo os trabalhadores que tiveram carga horária e salários reduzidos, profissionais de áreas da cultura e as micro e pequenas empresas, que receberam crédito e ajuda governamental.
Com as ações emergenciais de enfrentamento da pandemia, o governo Bolsonaro beneficiou metade da população brasileira no maior programa de transferência de renda do mundo. Em plena pandemia, em vez de aumentar a pobreza, a renda das famílias mais pobres cresceu 24% em média, segundo levantamento do Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira da Fundação Getúlio Vargas.
Além de proteger as famílias, estas medidas estimularam o consumo e evitaram a bancarrota total da economia, que estava sendo sufocada pelo isolamento social inútil e irresponsável imposto por governadores e prefeitos.
Bolsonaro tem o privilégio de contar com duas grandes forças ao seu lado: os caminhoneiros e os policiais. Agora, acaba de conquistar os mais pobres, especialmente, do Nordeste.
Bolsonaro foi corajoso ao enfrentar o oportunismo e a corrupção de políticos que tentaram usar a pandemia em proveito próprio.
O presidente também tem sido corajoso na gestão da política de juros. Hoje temos a menor taxa Selic da história, 2%, ao lado de uma inflação baixa e sob controle. Temos que somar à lista dos feitos corajosos o combate à corrupção, a Reforma da Previdência e a Lei de Liberdade Econômica, entre outros avanços históricos que o governo alcançou em menos de dois anos.
Na infraestrutura, o ministro Tarcísio Freitas não fez tanto quanto esperado. Mas tem o asfaltamento de poucos quilômetros de rodovias e o avanço da transposição do Rio São Francisco, que é importante. O marketing do ministro está ajudando a dar sensação de dinamismo.
Para fazer valer os interesses do governo e conter os adversários, a caneta do presidente Bolsonaro está funcionando muito bem e tem feito os inimigos tremerem.
Ainda há muito a se fazer e o presidente Bolsonaro, a cada dia, parece ter mais consciência de seu papel central na recuperação econômica e social do país. O presidente deixou de lado as declarações polêmicas e tem se envolvido menos nos problemas dos filhos. Por outro lado, sua atitude mais conciliadora vem ajudando a reduzir conflitos com o judiciário e a quebrar resistências no Congresso Nacional.
Bolsonaro encontrou o rumo o tom adequados para conduzir o Brasil neste momento difícil.
Mas precisa manter-se alerta e focado na missão essencial do seu governo. A continuidade das reformas do Estado é fundamental, assim como as privatizações, a desburocratização e o incentivo ao investidor privado nacional e estrangeiro.
O Brasil precisa vencer uma crise profunda. As ações emergenciais não vão durar para sempre. Logo chegará a fatura de tantos auxílios e incentivos. As contas do governo precisam ser reequilibradas rapidamente. A rolagem de uma dúvida pública próxima de 100% do PIB (Produto Interno Público) está cada vez mais difícil. Se vacilar, o governo perde o controle fiscal e coloca todos os avanços a perder.
Se quiser manter a popularidade e a qualidade do seu governo em alta, o presidente Bolsonaro terá que manter um olho no peixe e outro no gato, como ensina o dito popular.
Fortalecer o ministro Paulo Guedes e seus projetos para reativar a economia, gerar milhões de empregos e conter os gastos públicos é fundamental. Todo cuidado é pouco para evitar uma explosão da dívida pública. Bolsonaro deve conter os impulsos de gastar mais e obter resultados rápidos, porém efêmeros. O exemplo da Grécia está aí para ensinar que a manutenção do equilíbrio fiscal é vital para qualquer governo.
O presidente também deve aprimorar o relacionamento com o Congresso e com o Judiciário para garantir a continuidade das reformas do Estado. E, por fim, precisa manter essa conduta mais amena, que ampliou o diálogo com a sociedade e vem conquistando a simpatia de milhões de brasileiros muito além das hostes bolsonaristas.
O governo tem tudo para dar certo. Se seguir no rumo da austeridade fiscal, com modernização do Estado e abertura econômica, dará!
E nem pensar em tirar Paulo Guedes da Economia.
Clésio Andrade, empresário, empreendedor social, foi vice-governador de Minas Gerais, ex-senador, ex-presidente da CNT - Confederação Nacional do Transporte e fundador do SEST SENAT
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