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Clésio Andrade

Cortina de fumaça esconde o abismo

Se o Ministro estivesse alinhado com o Presidente certamente os Governadores e Prefeitos não estariam fazendo tanta bobagem. A falsa polêmica sobre isolamento e uso da cloroquina contra Covid-19 está escondendo a inoperância e o oportunismo de Henrique Mandetta. O Ministério da Saúde teve quase dois meses, desde o surgimento da pandemia, para preparar uma resposta ao Covid-19, mas a única coisa concreta que produziram foi a absurda paralisação da economia. Até agora o país não tem EPI (equipamento de proteção individual) em quantidade suficiente para que as equipes de saúde possam trabalhar com segurança. No Rio, profissional chegam a usar saco de lixo como proteção. Até agora não abriram e não dão sinal de que vão abrir novos leitos hospitalares e de UTI onde mais precisa. Na região Norte o hospital mais próximo pode estar a 800 quilômetros. Até agora não conseguiram adquirir ventiladores suficientes para atendimento dos casos. Até agora não há testes suficientes para fazer diagnóstico em massa, condição básica para a correta vigilância e orientação das decisões sanitárias. Os laboratórios de análises estão com a mesma capacidade operacional de antes da pandemia. O próprio Ministério da Saúde admite que têm sido feitos 6,7 mil exames por dia, quando seriam necessários entre 30 e 50 mil. Contra o Presidente, Mandetta vem atrasando o acesso de doentes e infectados à hidroxicloroquina. Trata-se do medicamento mais eficaz contra a Covid 19 e que o Brasil produz em larga escala e a baixo custo. Se o remédio estivesse sendo administrado massivamente, nos primeiros dias de infecção e nos casos graves, o Brasil teria menos doentes internados e muito menos mortes. Mas o Ministro não quer. Com o argumento de que o sistema de saúde tem que ficar a postos para tratar a Covid-19, milhares de pessoas estão morrendo de outras doenças e sem qualquer assistência. Quantos diagnósticos de câncer já deixaram de ser feitos? Quantas cirurgias eletivas foram canceladas? Quantas pessoas já morreram ou ficaram com sequelas de AVC? Onde foram parar os 200 casos de tuberculose diagnosticados diariamente? Quem está contando os mortos dessas e de outras doenças tão ou mais graves que a Covid-19? Na imprensa, só vemos a cobertura espetacular do coronavírus, cujos números são anunciados em tom solene e assustador. A epidemia de violência desapareceu, o trânsito parou de matar e as mortes crescentes por outras causas ninguém vê. A única preocupação de Mandetta são as entrevistas coletivas repletas de autoelogios e quase nenhum resultado concreto. Puro marketing pessoal e eleitoreiro. Posa de herói sem ter vencido a batalha. A ambição do Ministro e de alguns Governadores e Prefeitos está deixando um rastro de destruição e morte no Brasil muito maior do que o vírus. Tem muita gente sem trabalhar e ganhando salário. O povo está passeando nas ruas, bebendo nos bares, curtindo nos parques e nas lajes, principalmente na periferia. É um vai e vem improdutivo que só faz espalhar mais e mais o coronavírus, principalmente para os idosos que estão nas suas casas. Milhares de empresas já estão fechadas, muitas outras estão fechando e incontáveis irão falir, desempregando milhões de trabalhadores. Milhões de famílias estão sendo jogadas na incerteza, na miséria e no abandono. Já tem gente passando fome. O impacto é tão violento que nenhuma política social, por mais ampla que seja, conseguirá evitar uma catástrofe. O Brasil está à beira de um colapso econômico e social. Daqui para convulsões, saques e violência generalizada é um passo. A arrogância e a irresponsabilidade de políticos como Mandetta, Dória, Witzel, Ibaneis, Covas, Kalil e outros estão empurrando o Brasil para um cenário de: fome, miséria, violência, desemprego, doença, morte e destruição. Para evitar uma catástrofe maior, o País deve voltar a produzir, gerar receita e renda para as pessoas. O estado precisa voltar a arrecadar para cumprir seu papel. A situação é dramática. A saúde precisa de um ministro competente, com experiência em gestão de crise, sem dependência de outros grupos políticos, sério e sem projetos pessoais. Precisamos de uma estratégia de guerra e de alguém capaz de comandar o ataque ao vírus sem destruir a nossa economia. Repito: Se o Ministro estivesse alinhado com o Presidente certamente os Governadores e Prefeitos não estariam fazendo tanta bobagem. Cada dia que passa o estrago é maior. O abismo fica mais profundo. Basta!!!



Clésio Andrade, empresário, empreendedor social, foi vice-governador de Minas Gerais, ex-senador, ex-presidente da CNT - Confederação Nacional do Transporte e fundador do SEST SENAT


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