top of page
Buscar
Clésio Andrade

Isolamento social? Isolamento do trabalho.

O que está sendo chamado de isolamento social para contenção da Covid 19 é, na verdade, uma paralisação do trabalho e da produção. E isso está levando o Brasil para o abismo. Grande parte das empresas está fechada, as pessoas não estão trabalhando, mas todo mundo está socializando. A maioria age como se estivesse de férias. Ruas, parques, piscinas, lajes, praças, churrasqueiras e bares estão cheios de gente curtindo a vida, principalmente nas periferias. Neste momento que as pessoas estão recebendo das empresas ou dos governos, trabalhar é o que menos importa. A parte mais pobre e vulnerável, aquela que vive do que ganha a cada dia, está por aí perambulando, anônima, já passando fome. É perceptível que, se o vírus não se espalhou mais pelo Brasil, não foi porque as pessoas se isolaram. Tudo indica que foram outros fatores que impediram o avanço da contaminação, talvez o clima e a baixa densidade democrática. O falso isolamento social não está evitando a pandemia, mas está destruindo a economia brasileira. Manter o Brasil parado por longo tempo vai causar muito mais mortes e destruição do que o coronavírus. Os cálculos apontam para quatro milhões de demissões nos próximos 60 dias em decorrência da quebradeira de empresas. Aumentar exponencialmente as demissões, num país que já amarga uma taxa de quase 12% de desemprego, é abrir as portas para a fome, o desespero, o desabastecimento, a criminalidade e a convulsão social. Esse debate sobre isolamento só está servindo para promover alguns políticos oportunistas, entre eles governadores, prefeitos e o próprio ministro da Saúde. Henrique Mandetta está surfando numa onda fabricada, se achando o tal. Criou um ritual de coletivas diárias, nas quais há muita cena, auto-elogios entre ele e equipe e pouco resultado. Não conseguem nem atender os hospitais com as necessidades básicas. Além de indisciplinado, está posando de herói de uma batalha que ainda não terminou. Enquanto isso, a economia está indo para o buraco, colocando em risco a vida de milhões - não milhares como o vírus – mas milhões de brasileiros que estão perdendo seu sustento. O Brasil está à beira do caos. Pessoas vão passar fome. Para evitar um mal maior, o Brasil deve voltar a produzir, gerar receita e renda para as pessoas. O estado precisa voltar a arrecadar para cumprir seu papel. Ao mesmo tempo deve haver uma estratégia eficaz de combate à Covid 19, que deve ser decidida entre o Ministério da Saúde e cada município. 95% dos municípios brasileiros não têm uma caso confirmado sequer, podendo voltar à normalidade. Os outros 5%, onde o vírus está circulando, devem ter o chamado isolamento seletivo, ou seja, idosos e doentes permanecem isolados e demais voltam à vida normal. Quem for trabalhar e produzir deve tomar as precauções necessárias: uso de máscaras, cuidados obrigatórios de higiene e limpeza e evitar aglomerações. Os Governos Estaduais devem ficar fora, apenas apoiando e deixando as decisões para o Ministério da Saúde e Municípios. É no município que as coisas acontecem. Outra medida urgente é o uso massivo do medicamento hidroxicloroquina, que grande parte da comunidade médica já aprova para o uso nos primeiros dias de contágio. Para isto é importante que o Ministro seja um bom gestor, gerenciador de crise e que faça as coisas acontecerem. Não há mais tempo, o Brasil não pode esperar.



Clésio Andrade, empresário, empreendedor social, foi vice-governador de Minas Gerais, ex-senador, ex-presidente da CNT - Confederação Nacional do Transporte e fundador do SEST SENAT


Posts recentes

Ver tudo

Cemig, o caos

O tratamento dado pela Cemig aos consumidores de energia elétrica em Minas Gerais ultrapassa todos os limites do bom-senso. A má...

Comments


bottom of page