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Clésio Andrade

Não há heróis no meio da guerra

O ministro da Saúde extrapolou todos os limites. No momento de uma crise sanitária sem precedentes, Henrique Mandetta aderiu a disputas políticas. Traiu o governo e os brasileiros. Com sua insubordinação e oportunismo, Mandetta quebrou a cadeia de comando e está colocando em risco os interesses nacionais. Neste momento, o ministério da Saúde precisa menos de médico e mais de um bom gerenciador de crise; de um dirigente consciente da complexidade da situação, com visão global e pulso forte. Mandetta fez bem a reestruturação da saúde cotidiana, mas não está apto para a crise que envolve questões sanitárias e econômicas simultaneamente. Agora, os médicos devem ir para os hospitais e as políticas públicas devem ser geridas por estrategistas qualificados para situação de guerra. Ao se aliar a governadores populistas, Mandetta deu um direcionamento político-eleitoral ao ministério da Saúde. Dois graves exemplos: insiste no desastroso isolamento social e descarta protocolos exitosos com hidroxicloroquina para tratamento da Covid 19. Em entrevista, o doutor Paolo Zanotto, virologista da USP, garante que Mandetta está errado. Zanotto afirma o seguinte: “Passei para ele o protocolo, os dados, todas as informações, a timeline da doença, mostrando que o tratamento medicamentoso tem muito mais sucesso se aplicado até o 4º dia da infecção pelo vírus. Não tive resposta”. O protocolo desenvolvido pela equipe integrada por Paolo Zanotto está sendo adotado por alguns dos mais renomados hospitais do Brasil, como o Albert Einstein. Nem assim o ministério da Saúde determinou o uso da hidroxicloroquina em larga escala na rede pública e privada de saúde. Todos os esforços devem ser feitos para salvar as vidas das pessoas ameaçadas pelo Covid 19 ao mesmo tempo em que devem ser preservadas as vidas de uma geração inteira ameaçada pela fome, pela miséria e pelo abandono. O isolamento social já deveria ter sido suspenso. As pessoas pararam de trabalhar, mas estão nas ruas, se divertindo, passeando, e transmitindo o vírus a doentes que começam a lotar os hospitais. Mesmo sabendo que o isolamento é inócuo do ponto de vista sanitário; mesmo sabendo que o isolamento está destruindo a economia brasileira, o ministro da Saúde, alguns governadores e prefeitos insistem nessa estratégia. Negam evidências, como o clima quente, a menor densidade demográfica e outros fatores que tornam o Brasil menos favorável ao vírus e à contaminação generalizada. Ignoram a hidroxicloroquina. Atentam contra a saúde e contra a ordem economia nacional. Um desastre. Muitas empresas estão falindo, o desemprego explodiu. Milhares, talvez milhões de famílias, já não têm o que comer. O impacto é tão violento que nenhuma política social, por mais ampla que seja, conseguirá evitar uma catástrofe. O Brasil está à beira de um colapso econômico e social. Daqui para convulsões, saques e violência é um passo. Mandetta, governadores como Dória, Witzel, Ibaneis, Zema, Camilo e Moisés, e prefeitos como Crivella e Kalil, entre outros, sabem que estão errados. Pior: eles estão mal-intencionados, apostando no “quanto pior, melhor” para dar credibilidade a suas decisões temerárias visado dividendos eleitorais mais na frente. Jogam com as vidas das pessoas. Essa é uma atitude criminosa que vai contra os interesses do país e do povo brasileiro. Na guerra, todos são soldados e o comando é um só. O Presidente pode e deve demitir Mandetta sem receio de transformá-lo em herói. Não há heróis no meio da batalha. Já passou da hora de Mandetta sair, da economia voltar à normalidade e da hidroxicloroquina estar acessível a todos os infectados. Quem tem compromisso com a vida e com o futuro do Brasil não pode esperar.



Clésio Andrade, empresário, empreendedor social, foi vice-governador de Minas Gerais, ex-senador, ex-presidente da CNT - Confederação Nacional do Transporte e fundador do SEST SENAT


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