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Clésio Andrade

Privatizar, privatizar e privatizar

O governo federal só tem um caminho para sair do imobilismo e retomar o desenvolvimento nacional: privatizar imediatamente um grande número de empresas e ativos estatais.


Se quiser mostrar a que veio e se credenciar para um segundo mandato, o presidente Jair Bolsonaro deve indicar as privatizações como prioridade absoluta do seu governo daqui para frente.


A dívida pública está em quase 100% do PIB, a crise fiscal vem se agravando a passos largos, o caixa do governo está vazio, o desemprego não dá sinais de recuo, a pobreza se alastra e a evolução da pandemia aumenta a pressão por mais gastos. O governo precisa fazer caixa imediatamente e aliviar o Estado do peso financeiro provocado por estatais caras e ineficientes. Tem que privatizar.


O resultado do primeiro-turno das eleições municipais é um sinal de que o eleitor está cansado de retóricas e polêmicas. A população quer resultados para problemas imediatos como emprego, saúde e educação. Está faltando comida na mesa dos brasileiros e a fome não espera.


No setor empresarial o entusiasmo com o projeto liberal do governo começa a dar lugar à insegurança. Os investimentos estão parados e as empresas não sabem o que esperar para os próximos anos. Nesse clima de incerteza, o governo precisa mostrar serviço ou verá refluir o apoio popular que vem dando sustentação ao presidente Bolsonaro.


São reais as dificuldades de negociação com o Congresso Nacional para vender estatais como a Eletrobras, os Correios e outras controladas diretamente pelo Governo Federal. Mas o fato é que a grande maioria das empresas são subsidiárias sob controle indireto e, portanto, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), podem ser entregues à iniciativa privada sem necessidade de negociação política. Basta uma canetada do presidente da República. É questão de querer e fazer.


Ninguém duvida de que Bolsonaro tem as melhores intenções. Ele se preocupa com o nosso povo, é honesto, trabalhador e tem feito um bom trabalho de combate à corrupção. Por outro lado, o presidente perde muito tempo em embates ideológicos, vê inimigos que não existem, demora para tomar decisões e peca ao não dialogar e fazer as concessões políticas para alcançar a governabilidade.


Bolsonaro precisa descer do palanque, distensionar o ambiente político, evitar atritos e manter os problemas familiares longe do seu gabinete. Toda a energia do presidente deve se voltar para a concretização do projeto liberal que o elegeu. Este é o principal recado das urnas. É hora de dialogar com os partidos políticos, negociar com os diversos setores da sociedade e buscar o entendimento nacional para tocar as privatizações e fazer as reformas de modernização do Estado.


Mais do que nunca o Brasil precisa da firmeza e da objetividade do presidente da República. O agravamento da crise social é um risco concreto e o Brasil não pode desperdiçar este momento em que a economia dá sinais de recuperação. As privatizações são urgentes para aliviar o caixa do governo, atrair novos investimentos, impulsionar o setor produtivo e gerar empregos.


A reunificação da Alemanha ocorreu numa velocidade inimaginável porque as privatizações foram feitas em velocidade muito grande. Leilões com fila de interessados e martelo para bater a venda. É assim que ressurge um País. O Governo Federal tem 151 subsidiárias de estatais disponíveis para privatização. Se colocar todas à venda imediatamente, o presidente Jair Bolsonaro pode imprimir, no Brasil, um ritmo de desenvolvimento semelhante ao da Alemanha. Não depende do Congresso.


Privatizar, privatizar e privatizar. Esta é a melhor estratégia para equilibrar as contas públicas, arrefecer a pressão social, e fortalecer o ministro Paulo Guedes no esforço imenso que ele está fazendo para dar impulso à economia e ajudar o Brasil crescer. Presidente, a caneta é sua.



Clésio Andrade, empresário, empreendedor social, foi vice-governador de Minas Gerais, ex-senador, ex-presidente da CNT - Confederação Nacional do Transporte e fundador do SEST SENAT

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