Um país quebrado, que insiste em manter um patrimônio enorme, caro e ineficiente, decreta o sacrifício e a miséria de seu povo. Esta é a situação atual do Brasil.
O País está sem recursos para bancar uma dívida pública crescente, perdeu capacidade de investimento, não tem dinheiro para socorrer grande parcela da população afetada pela pandemia de coronavírus e ainda joga nas costas do povo a conta da manutenção de dezenas de estatais perdulárias e ineficientes. Esse descalabro tem que acabar.
O Brasil precisa de um programa rápido e maciço de privatizações. Não há outro caminho. Ou se privatiza tudo, agora, ou estaremos condenando o nosso país à bancarrota, à fome generalizada e ao rompimento da estabilidade social.
A história da reunificação da Alemanha ensina que os recursos do Estado devem ser usados a favor do povo e não o contrário. Quando caiu o Muro de Berlim, em 1989, o governo democrático criou o maior e mais rápido programa de privatizações de todos os tempos e salvou a população empobrecida do lado comunista. Em quatro anos, foram privatizadas quase 14 mil estatais gigantescas e ineficientes. A Alemanha reduziu o tamanho do Estado, atraiu capital e tecnologia de ponta, conquistou competitividade e lugar de destaque no mercado internacional. Em poucos anos, se tornou a potência econômica, social e política que conhecemos hoje.
Quem está falido, seja uma pessoa, uma empresa ou um país, tem que se desfazer do patrimônio deteriorado para sobreviver. Foi isso que a Alemanha fez. É isso que o Brasil tem que fazer enquanto é tempo.
O Brasil tem 152 empresas estatais, sendo que, no mínimo, 50 estão prontas para serem vendidas sem burocracia e sem demora. Esses são os recursos que podem tirar o nosso País do buraco. O governo federal deve assumir o compromisso de campanha e trabalhar junto com o Congresso para aprovar, com urgência, uma lei de privatização e de reorganização do Estado. Só assim será possível tirar um grande fardo das costas do povo e garantir um programa de recuperação econômica do país.
É hora de simplificar e agilizar a venda de estatais. Precisamos de uma lei semelhante à Treuhandgesetz, criada pela Alemanha unificada, para privatizar tudo e rápido.
A dívida pública está em quase 100% do PIB, a crise fiscal vem se agravando a passos largos, o caixa do governo está vazio, o desemprego não dá sinais de recuo, a pobreza se alastra e a evolução da pandemia aumenta a pressão por mais gastos. O governo precisa fazer caixa imediatamente e aliviar o Estado do peso financeiro provocado por estatais caras e ineficientes. Tem que privatizar. Se quiser mostrar a que veio e se credenciar para um segundo mandato, o presidente Jair Bolsonaro deve indicar as privatizações como prioridade absoluta do seu governo daqui para frente.
O Brasil precisa levantar cerca de R$ 200 bilhões para bancar mais um ano de auxílio emergencial sem aumentar impostos, sem estourar as contas públicas e sem ferir o ajuste fiscal.
Esta é uma missão para o presidente Jair Bolsonaro encabeçar ao lado dos presidentes da Câmara e do Senado. É urgente e inadiável.
Clésio Andrade, empresário, empreendedor social, foi vice-governador de Minas Gerais, ex-senador, ex-presidente da CNT - Confederação Nacional do Transporte e fundador do SEST SENAT
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