Muito boa a notícia, divulgada hoje pelo Ministério da Economia, de que o Brasil abriu 401.639 vagas de emprego em fevereiro deste ano. É sinal de que a economia está resistindo à crise sanitária e de que o País tem potencial para voltar a crescer rapidamente. Mas, se o presidente Jair Bolsonaro pretende superar as dificuldades e dar um salto de desenvolvimento para conquistar a reeleição, terá que fazer muito mais. Para se viabilizar eleitoralmente, Bolsonaro precisa implantar uma política econômica capaz de gerar 800 mil empregos por mês, nos próximos 15 meses.
O bom resultado de fevereiro representa a contratação de mão-de-obra reprimida e, deve ocorrer também em março e abril. Na realidade houve fechamento de muitos postos de trabalho que não serão reabertos. Eles foram extintos com o fechamento irreversível de indústrias e comércios e também pela migração de negócios para o e-commerce. Parte desses empregos pode ser substituída para atender novas demandas do mercado, mas a maioria desapareceu para sempre. Só vejo uma saída para o aquecimento da economia e a rápida geração de milhares de empregos: o Brasil tem que realizar forte investimento em infraestrutura.
Para investir, o governo precisa fazer caixa e, para formar caixa, tem que vender patrimônio, ou seja, PRIVATIZAR. É assim que serão abertos milhares de novos postos de trabalho.
A eventual perda de empregos decorrente da venda da estatais para fazer caixa será compensada dezenas de vezes com os investimentos que o Governo irá fazer em Infraestrutura. Além disso, presidente Bolsonaro, eleitoralmente o senhor não perde nada, pois empregados de estatais votam na esquerda.
Uma coisa é certa. Sem privatizar e sem fortes investimentos em infraestrutura é impossível gerar empregos suficientes para mais de 14 milhões de desempregados. Sem trabalho e com fome, certamente, essa multidão sem esperança votará contra o presidente Jair Bolsonaro.
Estamos numa encruzilhada. Se a grande maioria dos eleitores der as costas ao presidente Jair Bolsonaro e ao projeto liberal que o elegeu, inevitavelmente, o Brasil desviará para a esquerda. No cenário atual, não há espaço para terceira via. É Bolsonaro ou a esquerda de volta ao poder.
Os amigos do presidente devem alertá-lo para a imensa responsabilidade que está em suas mãos.
Ou PRIVATIZA fazendo caixa, investindo em infraestrutura para gerar emprego, ou perderá a eleição para a esquerda. Governo de direita privatiza e governo de esquerda estatiza.
Clésio Andrade, empresário, empreendedor social, foi vice-governador de Minas Gerais, ex-senador, ex-presidente da CNT - Confederação Nacional do Transporte e fundador do SEST SENAT
Comentarios